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Aterro Sanitário ou Usina de Pirólise?

Aterro sanitário é uma obra de engenharia, é um depósito de resíduos sólidos inservíveis, aqueles que não são recicláveis. Diante da atual situação dos lixões no Brasil e crise pela qual passa o governo federal, decidi escrever este artigo com o objetivo de traçar o perfil de ambos meios de destinação adequada dos resíduos sólidos. Boa parte dos Prefeitos do Brasil reclama que não tem recurso financeiro para construir o aterro sanitário.

Apesar disso, as prefeituras muitas vezes não sabem precisar quanto é necessário para construir um Aterro e podem até não saberem que existem outras formas de destinação aos resíduos dos municípios. A Lei Federal No. 12.305 de 2010, que estabeleceu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos definiu o marco para que todos os municípios se adequassem ambientalmente, desativando os atuais lixões e passando a implantar um meio de destinação ambientalmente correta, como Aterros Sanitários. Alei federal de N° 4162 de 2019, determinou o Marco do Saneamento Básico no Brasil e determinou os prazos para a extinção dos lixões:

Capitais e região metropolitana, até agosto de 2021

Municípios mais de 150 mil habitantes, até agosto de 2022

Municípios com ate 100 mil habitantes, até agosto de 2023.

Municípios com até 50 mil habitantes, até agosto de 2024.

Recentemente, foi promulgado o Decreto Federal Nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022 que estabeleceu a Nova Política de Resíduos Sólidos no Brasil. Nesta postagem, eu vou fazer uma abordagem comentando sobre os dois sistemas, citar as vantagens e desvantagens. Assim, você saberá o que se tem hoje como alternativas para substituir os atuais lixões.

Como funciona o Aterro Sanitário?

Aterro Sanitário oferece um tipo de tratamento do resíduo sólido urbano aparentemente mais barato, é uma tecnologia já conhecida e usada em muitas cidades brasileiras. Ao projetar um aterro, deve ser trabalhada a planta de coleta do gás, tratamento e liberação dele em forma de energia elétrica para a rede.

Alguns aterros no Brasil incluem em sua planta um reator pirolítico, que faz a carbonização de parte dos resíduos, por exemplo, podem carbonizar 40%, 60%, mais ou menos, assim, a percentagem que é enterrada passa a ser menor e a energia é gerada a partir da carbonização e do aproveitamento do gás metano que é gerado.

  1. Entretanto, a maioria dos aterros no Brasil, não faz a carbonização dos resíduos, mas se limita apenas a enterrar os resíduos em solo impermeável com mantas PEAD e a captação do gás. O custo do aterro por tonelagem é mais barato que o da usina de pirólise, no entanto, eles têm vida útil de 20 anos e depois disso, eles precisam ser encerrados e aberto um novo aterro. Com dois aterros, um ativo e um inativo que precisa receber cobertura de vegetação, ambos precisam receber manutenção periódica por causa dos gases que eles geram internamente.

Veja a seguir, as vantagens e as desvantagens do Aterro Sanitário:

Vantagens de implantar um aterro sanitário

Implantar um sistema de aterro sanitário tem algumas vantagens. Ele reduz o impacto ambiental de materiais não recicláveis; diminui a liberação de gases poluentes na atmosfera quando é feita a queima do gas; pode gerar energia renovável (Biogás);

Desvantagens do aterro sanitário

As desvantagens poderão existir se não houver investimento adequado ou uma gestão deficiente: as obras exigem muitos recursos e grandes volumes de argila; se houver vazamentos, o chorume contaminará o lençol freático; mal administrado pode servir de abrigo e atração de transmissores de doenças, como ratos, moscas e outros vetores; veículos compactadores podem provocar a danificação de pavimentação asfáltica por veículos pesados; promove a liberação de gás metano pela decomposição de resíduos orgânicos (que agrava o efeito estufa e oferece perigo aos moradores das áreas próximas); promove a perda econômica de recicláveis (quanto mais resíduo é destinado aos aterros menos são reciclados ou reutilizados).

Outra desvantagem do aterro é que após ele ser desativado por chegar ao seu limite, ele é fechado, mas mesmo desativado ele precisa ser acompanhado e feita a gestão de sua estrutura, geração ou queima do gás, mantendo as lagoas de chorume a céu aberto. Nesse caso, outro aterro deve ser construído para substituir este que foi desativado. Outro aspecto importante a ser destacado é que os aterros sanitários embora ainda sejam utilizados, esta tecnologia daqui há alguns anos cairá em desuso.

A usina de pirólise

A usina de pirólise é uma opção de transformação energética de materiais plásticos que envolve a decomposição térmica parcial, podendo originar óleo combustível bruto, o qual pode ser utilizado como fonte de energia, via combustão, ou transformado em outros produtos ou materiais. É uma tecnologia moderna, processo limpo,

Ela destina adequadamente os resíduos sólidos por pirólise, um processo de queima sem a entrada de oxigênio no processo, que trata o gás e o libera para produzir energia elétrica. Na pirólise a matéria orgânica é decomposta após ser submetida a condições de altas temperaturas em ambiente desprovido de oxigênio. Apesar de sua definição esclarecer a necessidade da inexistência de oxigênio, vários processos ocorrem com uma pequena quantidade dele.

O processo é endotérmico, logo é necessário que exista bastante fornecimento externo de calor para acontecer o êxito da reação. As usinas de pirólises representam investimento relativamente alto, mas elas se pagam com os produtos que são gerados. A usina de pirólise é a outra opção ao Aterro Sanitário.

Diferentemente dos aterros, elas ocupam menos espaço, não acumulam resíduos na usina, porque os rejeitos são pirolisados na medida em que os carros vão chegando e vão descarregando, isso dificulta o armazenamento, atração de animais domésticos e a produção de odor dos resíduos ou a concentração de mal cheiro, por não permitir a exposição do material a céu aberto, com isso, não há a presença de urubus onde existem estas usinas.

Elas fazem a separação mecânica dos resíduos recicláveis e orgânicos e ao final do processo podem gerar energia elétrica e gás, que poderá ser transformado em biocombustível e o biochar, um tipo de carvão, pó preto, semelhante a terra preta que pode ser usado na agricultura e é excelente para a fixação de nitrogênio no solo, que contribui para a agricultura de baixo carbono. Para conhecer mais sobre a pirólise, clique neste link.

Por ser um investimento alto, tecnologia moderna e limpa, existem empresas que trabalham resíduos urbanos por meio de contrato com prefeituras. Como estas usinas são relativamente recentes no Brasil, o país se recente de investidores que queiram investir nestas tecnologias para prestar serviços para as prefeituras. Entretanto, acredita-se que esta realidade em breve mudará, pois várias destas usinas começam a ser instaladas em diversas capitais brasileiras.

No entanto, os contratos com as prefeituras para compensar os custos da compra da usina, precisam ser de pelo menos 20 anos e quanto mais resíduos passarem pelo tratamento de pirólise, maior será o custo mensal, já que é cobrado por tonelada de lixo tratado.

Veja a seguir, as vantagens e desvantagens do uso da Usina de Pirólise.

Vantagens da usina de pirólise – biocombustível e energia elétrica

A usina de pirólise tem várias vantagens, tanto no sentido de eliminação total dos resíduos, aproveitamento deles com a geração de energia limpa, tanto quanto no aspecto ambiental. A principais vantagens são: os resíduos não recicláveis ou não aproveitados, são transformados em gás para gerar biocombustível e energia elétrica e redução dos resíduos em mais de 99%.

O maquinário ocupa menos espaço físico; não produz chorume ou odor fétido; não polui o ar, não contamina o lençol e nem os cursos de água superficiais. A pirólise pode transformar óleo queimado de carros pequenos, de caminhões, ônibus, tratores e de aviões em biocombustíveis. A usina de pirólise atende 100% da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e da Política Nacional do Saneamento Básico.

Desvantagens da tecnologia de pirólise

As desvantagens que são atribuídas a tecnologia da pirólise podemos afirmar que estão associadas aos elevados custos necessários de aquisição e de implantação da mesma, já que é um processo moderno, novo e pouco conhecido da população em geral. Porém, é provável, que estas desvantagens iniciais, ao longo de meses e de anos se tornem vantagens, quando comparamos a relação de custos e benefícios econômicos e sociais, que são gerados para a população, para a sociedade e para o meio ambiente e o clima.

Autor: Reynier Omena Junior.

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Foto aterro: Saneamento em pauta. Foto usina de pirólise Delta Bravo: Fonte: Birding

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